Manifesto

Nosso projeto de dar a volta ao mundo nasceu em 2012.

No princípio, foram nossas conversas nos filosóficos cafés das manhãs. Nosso desjejum era em geral regado a questionamentos sobre a vida o Universo e tudo mais.

No início de 2013, num retiro durante o carnaval, fizemos um balanço das histórias de nossas vidas.

Juntos, iniciamos uma aprofundada compilação de referências sobre trabalho, vida e felicidade.

A grande maioria das ideias e atitudes que temos, herdamos do passado.

Alguns legados que recebemos são positivos, outros, raramente questionamos. Dentre estes, aquele de que o tempo que dedicamos a nós mesmos é chamado de “pausa” do trabalho e não propriamente “emprego” de tempo. Nesta inversão de valores, passamos a considerar “emprego”, o tempo que passamos como autômatos, em geral respondendo a demandas externas e buscando satisfazer senhores aos quais voluntária ou involuntariamente optamos por servir.

Os grilhões e correntes invisíveis que nos atam a situações são exatamente isso: invisíveis. Existem mais que tudo na nossa imaginação.

A maioria das pessoas, nós inclusive, passamos a maior parte da vida num ciclo de trabalhar para pagar nossa necessidade de acumular, que, não satisfeita, demanda mais trabalho e mais acumulação. Como se vivêssemos bebendo água salgada e esperando com isso saciar a sede.

A pressão à nossa volta é constante e algumas vezes subliminar. Induzindo-nos a fazer coisas de forma quase inconsciente. Acostumamo-nos a não questionar, a “seguir a manada”.

Tornamo-nos prisioneiros de um sistema no qual, se você não possui ou compra um monte de inutilidades, você não é considerado “in” ou uma pessoa “de sucesso”. É necessário “possuir” para “ser”. E seguimos nesta espiral, sem perceber que somos tragados pelas agendas, a maioria delas montadas por terceiros e que ao final, pouco ou nada agregam de valor ao sentido de nossas vidas.

Descobrimos que precisamos de muito pouco para viver bem e sermos felizes

Decidimos mudar. Sair pelo mundo afora. Experimentar outras culturas. Sentir o clima desafiador do planeta; molhar os pés nos mares do mundo; cruzar a Ásia no expresso Transiberiano. No caminho, trabalhar na Colúmbia Britânica e voluntariar no Norte da África. Quem sabe.

Mesmo quando não tínhamos todos os detalhes, sabíamos que íamos conhecer pessoas e fazer amigos. Explorar a economia do compartilhamento. Praticar os idiomas mais falados da terra. Conversar com nativos de cada um dos continentes.

Nosso objetivo, descobrir o que move as pessoas e o que as leva a dedicarem-se de forma apaixonada a causas como a eliminação da paralisia infantil, a proteção de adolescentes em situação de risco, a ajuda a pessoas com problemas de saúde ou dificuldades de sobrevivência.

E decidimos que o melhor momento para fazer isso é agora. Não existe um tempo ideal para partir. O tempo ideal pode ser atropelado pela súbita e não planejada chegada do fim da linha.

Queremos atender ao chamado do mundo. Queremos mergulhar de cabeça nas possibilidades e desafios que a vida oferece.

Quando nascemos, nos é dada a opção de escolhermos aceitar o que chega até nós, ou nos lançarmos ao mundo, descortinando o universo de possibilidades que se abre à nossa volta. Decidimos que este é o momento ideal de nossas vidas para abraçarmos a segunda opção.

Vamos explorar cada recanto da trilha. E compartilhar as histórias. Sabemos que o desafio é grande. Mas, sabemos também que nada mais forte que a energia das paixões. E de uma coisa temos certeza: somos apaixonados pelas descobertas.

No final, talvez coletemos mais perguntas que respostas. Mas o processo certamente terá valido a pena.
O maior legado que podemos deixar são nossas experiências de vida. Que nossa história contribua inspirar histórias de outras pessoas.

Translate »