Pelo mundo viajando e vivendo com a economia colaborativa

Nos últimos anos, surgiram e cresceram inúmeras iniciativas que podem ser entendidas como um novo modelo de economia: a “sharing economy” ou economia do compartilhamento.

Novas empresas e startups dedicadas a trabalhar comunidades, que apesar de não possuírem modelos de negócios idênticos, se caracterizam principalmente por ter usuários que ao mesmo tempo são provedores de soluções. A relação entre eles se dá através de plataformas digitais, colaborando entre si e confiando uns nos outros, apesar de nunca terem se visto antes.

Empresas digitais, que, sem dispor de grande infraestrutura física, alojam diariamente, mais pessoas que a maior cadeia hoteleira do mundo. Comunidades de viajantes que oferecem suas casas para intercambiarem experiências, conhecerem um pouco da cultura e das histórias uns dos outros. Amantes da gastronomia que cozinham uns para os outros. Experiências que vão muito além da internet e que oferecem soluções abertas, colaborativas e muito mais enriquecedoras que as tradicionais. Experiências que desde alguns anos nos despertam a atenção. Conexões. Colaboração. Confiança. Percebemos que algo estava mudando. Talvez, simplesmente as pessoas estivessem recuperando aquela antiga confiança que se dava entre os vizinhos das cidades de interior anos atrás. Com a diferença de que agora a aldeia é global! Os vizinhos podem estar em outro continente.

Apesar de nossa história nunca ter sido convencional, tínhamos uma vida organizada no Brasil. Um apartamento frente ao mar, família, amigos. Uma empresa de consultoria, Novarth, na qual trabalhávamos com projetos de educação, gestão,  engenharia e apoio a mudança de vida, em geral para empreendedores e empresas.

Uma vida na qual pudéssemos compartilhar experiências, conhecimentos e amizades. Ter mais flexibilidade, poder utilizar nossas competências e habilidades e ao mesmo tempo, desfrutarmos de uma vida mais dinâmica e cheia de experiências. Partimos com muitos sonhos e ainda mais incertezas. Na verdade, com mais perguntas que respostas. Nascia assim, a Arte de Partir.

Havíamos dedicado tempo a investigar e experimentar diferentes iniciativas de intercâmbio e consumo colaborativo. Ouvimos histórias de pessoas que haviam decidido radicalmente alterar suas vidas. Lemos muito sobre felicidade, trabalho e mudanças. Aprofundamos nosso interesse em modelos de negócios pessoais e outras metodologias inovadoras que passamos a aplicar em nossos projetos.

Com estas e outras inquietudes decidimos partir. Viver, viajar, alojar-nos, etc. utilizando iniciativas colaborativas. Seria possível? O que tem em comum pessoas e empreendedores de diferentes culturas e países? Quais são as motivações que nos fazem seguir adiante? O que é necessário para empreender uma mudança radical? Como se dá a confiança entre as pessoas? É possível fazer do mundo um lugar melhor?

Decidimos comprovar por nós mesmos. Diretamente. Temos experimentado plataformas como knok,  Airbnb, Couchsurfing ou MyTwinPlace para hospedar-nos. Para viajar, o Bla Bla Car. Em todos os lugares, contamos com a colaboração de amigos e pessoas que acreditam no projeto. Sempre conhecendo empreendedores, fazendo novos amigos, trabalhando remotamente, colaborando.

Durante os últimos três anos, aprendemos muito. Vivemos e trabalhamos em cidades de quatro continentes. Essa experiência compartilhamos agora em nossos livros, e em palestras e treinamentos que ministramos pelo mundo! 

Seja bem vindo à nossa história!