Quanto custa fazer um curso intensivo de culinária orgânica? E aproveitar para passar semanas em outro país, praticando um novo idioma, trabalhando, comendo e convivendo com as pessoas do lugar? Que tal se esse lugar estiver no coração da França? Não é nada do que imagina. E está ao alcance da maioria das pessoas dispostas a abrir-se a uma nova experiência de vida.

Para nós, custou algumas horas de trabalho diário, que tinha mais sabor de descobrimento que de obrigação.
Desfrutar de uma paisagem da qual fazem parte castelos medievais, natureza deslumbrante, vinícolas e arte. Num contexto onde convivem pequenos empreendedores e muita tecnologia. De quebra, ainda aprender um pouco sobre vinhos, queijos, culinária e história. Isso à primeira vista pode parecer algo completamente fora do contexto e das perspectivas de vida de uma pessoa profissionalmente bem colocada e considerada “normal” por seus pares. Em nosso caso, somente foi possível a partir da decisão que tomamos de romper com o “status quo”, abrir nosso modelo mental e nos aventurarmos a descobrir o que existe lá fora. E como na canção popular, “há tanta vida lá fora…”.

 

Durante três semanas, nossa rotina que antes era acordar, tomar o desjejum e encarar o tráfego de ida à prisão dos engravatados, mudou para: despertar em meio à paisagem do sul da França, voluntariar na cozinha criativa da Chef Catherine Brys e ajudar com a gestão de seu Hotel-Restaurante L’Échalier. A cada dia, uma nova experiência, onde não faltaram emoções. Ter contato com as cabras e o queijo orgânico produzido pela pequena criação do Stanislas e da Patricia; percorrer as planícies do Vale do Loire, conhecendo a história local; tomar chá no final da tarde com um condutor de ambulâncias da resistência francesa ou simplesmente passar no fim do dia na biblioteca local, não tem preço.

Dialogar ainda que num francês trôpego, mais próximo do “franglês” com a população local, ajuda muito no processo de aculturação e de fazer amigos. Isso somente foi possível quando decidimos quebrar nossas barreiras e preconceitos e abraçar a ideia de mergulharmos numa experiência diferente em nossa vida nômade.

Nada se compara à agradável sensação de poder discutir um tema árido como “modelo de negócios”, num ambiente insólito, intimista e super informal, como uma cozinha de um pequenino hotel. Já experimentaram discutir modelos de negócios hoteleiros numa cozinha de hotel? A experiência é instrutiva e bastante compensadora.

 

O processo de ser voluntário e trocar horas de trabalho por hospedagem e alimentação, hoje é uma possibilidade real. Existem várias plataformas que permitem esta colaboração. O cadastro é simples e as possibilidades ilimitadas. Sem barreiras de idade, local ou interesses pessoais. Para esta experiência, escolhemos a plataforma “Workaway” que é um dos muitos recursos que utilizamos em nosso caminho. Conhecemos pessoas, fizemos amigos e ampliamos nossa capacidade de fazer e nossa percepção da vida.
A experiência acaba indo muito além do “apenas isso”. A internet e a tecnologia são instrumentos que facilitam a forma de acessarmos novas experiências. Mergulhar numa outra cultura, permite-nos exercitar a empatia, ampliar nossos horizontes, e refletir sobre qual o nosso papel num mundo em constante transformação.

O endereço do Hotel L’Échalier em Fussy, pequeno vilarejo, três horas ao sul de Paris, agora é para nós, mais que apenas um endereço. A antiga construção, do tempo da revolução francesa, ficou registrada em nossa agenda como coordenada de partida para o mundo da colaboração. E Catherine Brys fez crescer a lista de novos amigos que temos por esse mundo lindo de viver. A experiência de trabalho em Fussy, abriu a caixa de Pandora de nossas vidas. Explorar as possibilidades da economia colaborativa e compartilhar nossas descobertas ao longo da jornada, agora são parte de nossa missão. Ajudar a abrir janelas por onde possa entrar a luz da mudança de vida para outras pessoas, passou a ser nosso objetivo maior.

Praticar o escambo de habilidades pessoais por hospedagem, exercitar o desapego e desfrutar do intercâmbio de casas, compartilhar transporte rodoviário com outros viajantes ou trocar hospedagem por cuidados com mascotes são hoje realidades possíveis. Como nós, muitas outras pessoas estão descobrindo estas novas experiências de colaboração.

Em nosso livro “Volta ao mundo em 80 dicas” compartilhamos alguns dos nossos achados. E convidamos a refletir sobre caminhos que podem facilitar o processo de mudança pessoal.

A vida vale mais quando nos lançamos a explorar as possibilidades do futuro desconhecido, ao invés de pararmos no tempo, apenas reagindo a estímulos do passado.

Nossa jornada segue, como parte do roteiro da aventura de viver. E da Arte de Partir.

E você, está pronto para uma experiência de voluntariado internacional?

 

 

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